Resumo Iracema
Cap. 1- O livro começa com a parte final da história de Iracema: Martim, a criança Moacir – seu filho com Iracema e um jangadeiro partindo das terras do Ceará rumo à Portugal, logo após a morte de Iracema. Martim está triste com a morte da esposa.
Cap. 2– Num “flash back” inicia-se a história de Iracema, narrada em 3ª pessoa por um narrador onisciente (não é um dos personagens e consegue “ver” tudo o que os personagens da trama sentem). Iracema, a virgem dos lábios de mel, “que tinha os cabelos mais negros que a asa da graúna e mais longos que seu talhe de palmeira” é uma guerreira da nação tabajara, está repousando em um claro na floresta, a “graciosa ará”(periquito cujo nome ao decorrer do livro descobre-se ser Jandaia), sua amiga e companheira, a acompanha. De repente, surge entre as folhagens um guerreiro que “tem na face o branco das areias que bordam o mar, nos olhos o azul triste das águas profundas”, é Martim, que recebe uma flechada no rosto, provinda de Iracema, assustada com a presença do estrangeiro. Iracema, arrependida de seu ato quebra com o estrangeiro a “flecha da paz” – ato que simbolizava amizade.
Cap. 3– Iracema e Martim seguem rumo à grande taba dos tabajaras e à cabana do pajé, Araquém, pai de Iracema, onde é recebido com hospitalidade. Araquém diz a Martim que esse é senhor em sua cabana e que os tabajaras tinham mil guerreiros para defendê-lo e mulheres sem conta para servi-lo. Martim conta ao pajé, então, que é amigo dos pitiguaras, tribo inimiga dos tabajaras, uma vez que o bravo Poti, havia plantado com ele a árvore da amizade. Mesmo assim Araquém afirma que o estrangeiro é bem-vindo em sua taba.
Cap. 4– Iracema traz as mais belas mulheres da tribo para “servir” ao guerreiro, o qual não as aceita, uma vez que esperava que Iracema ficasse com ele. Iracema responde que “não pode ser tua serva. É ela que guarda o segredo da jurema e o mistério do sonho” . Martim então sai da cabana em direção à tribo dos pitiguaras, Iracema diz que é melhor o guerreiro esperar Caubi, seu irmão, voltar da caça para que esse o guie por entre a floresta. Martim, então, retorna à cabana do pajé e adormece na rede preparada por Iracema.
Cap. 5– Na manhã seguinte, Irapuã, o chefe dos guerreiros tabajaras, solta o grito de guerra contra os “potiguaras” (que significa comedores de camarão - modo como os tabajaras chamavam chacotamente os pitiguaras). O velho Andira, irmão do pajé, deixa tombar o tacape do chefe que passava de mão em mão, simbolizando que era contra esse ataque de guerra. Irapuã fica cheio de cólera.
Cap. 6– Martim acorda e fica a contemplar o acaso do Sol. Lembra do lugar onde nasceu, dos entes queridos que lá deixou. Pensa se tornará a vê-los algum dia. Iracema se aproxima e pergunta o motivo da tristeza do moço, o qual responde que é a saudade da pátria. A índia questiona se uma noiva o espera e Martim responde que sim, mas que “ela não é mais doce do que Iracema... nem mais formosa”. Iracema, com o intuito de animá-lo, o leva até o bosque sagrado da jurema e lá serve para ele, em uma folha, gotas de verde e estranho licor vazadas da igaçaba. Martim bebe e começa a sonhar com Iracema, abraça-a e o autor deixa a entender que beijam-se, ou quase beijam-se, mas logo Iracema solta-se rápido “do braço que a cingia”.
Cap. 7– Enquanto Iracema começava a retornar para a taba, subitamente surge Irapuã. Iracema trêmula de susto e com cólera, pergunta o motivo que o levou ao bosque da jurema, uma vez que só podem entrar lá pessoas com a autorização de Araquém. Irapuã, diz que foi à sua procura, pois na taba haviam dito que o estrangeiro teria ido à cabana de Araquém. Iracema argumenta que o estrangeiro é hóspede de Araquém e Irapuã tomado de cólera, e cheio de ciúmes, afirma que o estrangeiro vai morrer, para assim quem sabe Iracema o amar. “A sombra de Iracema não esconderá para sempre o estrangeiro...” e dizendo essas palavras desapareceu entre as árvores.
Cap. 8– Iracema avisa a Martim que quem possuísse Iracema morreria e que então, já que não poderiam ficar juntos, Martim deveria partir com seu irmão Caubi, que chegara da caçada.
Cap. 9– Martim vai à cabana do pajé, Iracema dá sua rede à Martim. “Estrangeiro, toma o último sorriso de Iracema e ... foge!” Iracema e Martim se beijam e Martim parte com Caubi.
Cap. 10- Da cabana do pajé Iracema escuta o grito de Guerra de Caubi, sai correndo em direção à ele e encontra o irmão, para defender Martim, enfrentando cerca de cem guerreiros tabajaras liderados por Irapuã. Os tabajaras só dissipam-se ao acreditar que estão sendo ameaçados, uma vez que escutam o som do búzio dos pitiguaras.
Cap. 11– Iracema, Martim e Caubi retornam à cabana do pajé. Irapuã, após certificar-se que não estavam sendo atacados pelos pitiguaras vai à taba do pajé buscar Martim. Quer matá-lo afirmando que esse roubou a virgem de Tupã. Araquém defende o estrangeiro dizendo que se Iracema “abandonou ao guerreiro branco a flor de seu corpo ela morrerá, mas o hóspede de Tupã é sagrado”. Araquém avançou até o meio da cabana e ergueu a grande pedra. Do antro profundo saiu um medonho gemido, Irapuã não tremeu nem se assustou, mas “sentiu estremecer a luz nos olhos e a voz nos lábios”.
Cap. 12- Já era noite quando Martim e Iracema ouviram o canto da gaivota, que é o grito de guerra de Poti, amigo pitiguara de Martim. Iracema vai ao encontro de Poti para retornar com o recado à Martim.
Cap. 13– Iracema retorna à cabana e conta que Poti veio para salvar Martim. Logo após chega Caubi, dizendo que Irapuã e os guerreiros tabajaras estavam à caminho para matar Martim. Quando esses chegam, entretanto, o antro ressoou surdamente. “Ouve! É a voz de Tupã! Diz Iracema” e segurando a mão de Martim descem através do antro para à gruta profunda.
Cap. 14– Encontram Poti, e combinam a fuga de Martim, graças à idéia de Iracema, para o dia em que a lua das flores nasça, pois é o dia de festa na taba, em que os guerreiros passam a noite no bosque sagrado e recebem do Pajé os sonhos alegres. Dessa forma, todos dormindo, Martim poderia partir.
Cap. 15- De volta à cabana de Araquém, Martim oscila entre um e outro pensamento “Lá o espera a virgem loura dos castos afetos, aqui lhe sorri a virgem morena de ardentes amores”. Martim pede à Iracema para ter os sonhos da jurema, ela entrega a bebida ao guerreiro que pretendia assim viver em sonho com Iracema o que não poderia viver na realidade; “sem deixar veneno no seio da virgem”. Entretanto, enquanto Martim está absorto em seus sonhos, Iracema entrega-se à ele na realidade. “Tupã já não tinha sua virgem na terra dos tabajaras”.
Cap. 16- Chega a festa da lua, cada guerreiro embevecido sente a felicidade viva em seus sonho. Enquanto isso Iracema acompanha Poti e Martim até onde acabam os campos dos tabajaras.
Cap. 17- Iracema confessa que já não pode mais separar-se do estrangeiro, pois já é sua esposa. Traiu o segredo da jurema. Martim ficou mudo e triste, até que conforma-se “Foi a festa do amor e o canto do himeneu”. Os guerreiros tabajaras acordam e seguem em busca de Iracema e do estrangeiro.
Cap. 18-Cap. 19- Poti dá o cão, Japi, à Martim, que, “levando a esposa do lado do coração e o amigo do lado da força, voltou ao rancho dos pitiguaras”.
Cap. 20- Os três foram amigavelmente recebido pelos pitiguaras, mas a tristeza morava no coração de Iracema, o que fez Martim decidir escolher outro lugar para levantar sua cabana. Poti deixa a taba dos pitiguaras e os acompanha.
Cap. 21- À noite, os dois esposos já puderam armar a rede em sua nova cabana.
Cap. 22- No dia seguinte todos rumaram à serra do Maranguab, para acompanhar Poti na visita ao seu avô, grande chefe dos pitiguaras. Entretanto, após ver o neto e o estrangeiro, Maranguab faleceu. “ A serra onde estava outrora a cabana tomou o nome de Maranguape; assim chamada porque aí repousa o sabedor da guerra”.
Cap. 23- A alegria morava na alma de Iracema, era feliz ao lado do esposo. Toda manhã Martim partia para a caça com Poti e Iracema ficava a se banhar na lagoa Porangaba – a lagoa da beleza, apelidada assim pelos pitiguaras por ser o local de banho da índia. Um certo dia, Martim e Poti voltaram da caça e encontraram Iracema com a cintura e o colo repletos de flores de maniva, que era o símbolo da fecundidade. “Teu sangue já vive no seio de Iracema. Ela será mãe de teu filho...” diz a índia e Martim, feliz, ajoelha ali e abraça a esposa. “A felicidade do mancebo é a esposa e amigo; a primeira dá alegria, o segundo dá força”, diz Poti.
Cap. 24– Era costume das tribos indígenas que o guerreiro trouxesse no corpo as cores de sua nação, uma vez que Martim havia adotado a pátria da esposa e do amigo, devia passar por uma cerimônia. Assim seu corpo é adornado com as cores da tribo Pitiguara e recebe o nome de Coatiabo, dado pela esposa.
Cap. 25– a alegria ainda morou na cabana por um bom tempo, até que Martim avista um grande barco dos brancos, de muitas velas e sente saudades da sua terra natal. O que antes era a felicidade, passou a não mais despertar no estrangeiro as mesmas e,moções. “A saudade apertou-lhe o seio’. Já não ia caçar em companhia do amigo e, imerso em seus pensamentos, cada vez mais afastava-se da esposa que entristecia a cada dia com a distância que se instalava entre ela e o esposo. Poti recebe um chamado para lutar pela nação pitiguara e Martim o acompanha.
Cap. 26- Martim parte em auxílio ao amigo sem se despedir da esposa, já que Poti havia dito que “as lágrimas de uma mulher amolecem o coração do guerreiro”. Fincou então no chão sua flecha como sinal de que havia partido mas que Iracema deveria esperar seu retorno, guardando sua lembrança. Iracema fica a tal ponto triste, que os pitiguaras passam a chamar o nome da lagoa em que a índia se banhava de Mecejena – abandonada. A ará Jandaia, sua amiga, como se pressentindo que a sua companheira precisasse de auxílio, vai ao encontro de Iracema.
Cap. 27 – Certa tarde, Martim e o amigo retornam da batalha, haviam vencido. O estrangeiro, então, amou Iracema como nos primeiros dia, mas pouco tempo depois já se sentira novamente infeliz . “O amigo e a esposa não bastavam mais à sua existência, cheia de desejos e nobres ambições”.
Cap. 28- Iracema continua a ficar cada vez mais triste. Diz a Martim que quando seu filho nascer ela morrerá, assim o guerreiro não teria mais o que o prendesse nas terras estrangeiras e poderia voltar para Portugal.
Cap. 29 – Martim avista um grande barco com guerreiros brancos prontos para atacar a nação pitiguara. Juntamente com Poti saem para juntar esforços e derrotar o inimigo.
Cap. 30- Iracema, percebendo que seu filho iria nascerse dirige à margem do rio. O bebê nasce entre um misto de tristeza e amor. Iracema o nomeia Moacir- filho da dor- o nascido de seu sofrimento, o acolhe e ajeita cuidadosamente na rede do pai. Caubi, o irmão de Iracema, aparece a porta da cabana, diz já ter perdoado a irmã e vê, feliz, o sobrinho, entretanto, percebe nitidamente que Martim havia roubado “o sorriso que morava em teus lábios”.
Cap. 31- Caubi deseja ficar até o retorno de Martim, mas Iracema pede que o irmão retorne à cabana de seu pai. Após a partida do irmão, Iracema procura os filhotes da irara para que esses chupem o seu seio e permitam que saia o leite para amamentar seu filho, sente uma dor insuportável mas alegra-se de poder amamentar o filho. Agora Moacir é duplamente filho da sua dor, “nascido dela e também nutrido”.
Cap. 32- Martim e Poti retornam vencedores de mais uma batalha, todavia, Martim teme se aproximar da sua cabana, sente que sua alma vai sofrer. Caminha vacilante até encontrar Iracema com o filho no colo. “A triste esposa e mãe soabriu os olhos, ouvindo a voz amada”, “Pousando a criança nos braços paternos, a desventurada mãe desfaleceu” “O terno esposos, em que o amor renascera com o júbilo paterno, a cercou de carícias que encheram sua alma de alegria, mas não puderam tornar à vida”. Martim enterra a esposa ao pé do coqueiro que amava, “ e foi assim que um dia veio a chamar-se Ceará o rio onde crescia o coqueiro, e os campos onde serpeja o rio”.
Cap. 33- Já havia se passado o tempo do cajueiro florescer quatro vezes desde a partida de Martim com o filho para Portugal (retratada no primeiro capítulo do livro). Agora eles retornavam à terra de tão saudosas lembranças. Martim trouxe consigo muitos outros brancos, e entre eles, inclusive um sacerdote da sua religião, “para plantar a cruz na terra selvagem”. Poti foi o primeiro a receber o batismo e depois “germinou a palavra do Deus verdadeiro na terra selvagem”. “A jandaia cantava ainda no olho do coqueiro; mas não repetia já o mavioso nome de Iracema. Tudo passa sobre a terra”. Chegam os guerreiros pitiguaras, guiados pelo cão de Poti. Travam batalha sanguinolenta e os pitiguaras vencem. Entretanto Iracema se entristecera pois se deu conta que “... aquele sangue que enrubescia a terra, era o mesmo sangue brioso que lhe ardia nas faces de vergonha”, o chão estava repleto de cadáveres de seus irmãos.
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